A polêmica do anúncio da Calvin Klein com FKA Twigs


Em janeiro de 2024, a Advertising Standards Authority (ASA), a entidade que regula a publicidade no Reino Unido, decidiu banir o anúncio da Calvin Klein com FKA Twigs, após receber duas reclamações de consumidores que consideraram a imagem "excessivamente sexualizada" e ofensiva ao objetificar as mulheres. Segundo a ASA, o anúncio "colocava o foco dos espectadores no corpo da modelo e não nas roupas anunciadas", e "usava nudez e centrava-se nas características físicas de FKA Twigs, e não nas roupas, enquanto a apresentava como um objeto sexual estereotipado". A entidade também afirmou que a nudez envolvida "dava à imagem uma abertura sexual geral" e que não era adequada para exibição de forma não direcionada. A ASA concluiu que o anúncio era irresponsável e "suscetível de causar ofensa grave".

A Calvin Klein, por sua vez, defendeu a sua campanha, alegando que a imagem mostrava FKA Twigs "empoderada" em vez de objetificada, e que as "áreas sensíveis do corpo" estavam cobertas. A marca também disse que a campanha continha uma "mensagem progressista e esclarecida", e que seguia o mesmo grau de nudez que usou em campanhas anteriores, sem gerar controvérsia.

FKA Twigs também se pronunciou sobre a polêmica, em uma publicação no seu Instagram, onde repostou a foto que causou o banimento. A cantora disse que não via o "objeto sexual estereotipado" com o qual foi rotulada, mas sim "uma linda e forte mulher negra cujo corpo incrível superou mais dor do que você pode imaginar". Ela também afirmou que se inspirava em mulheres como Josephine Baker, Eartha Kitt e Grace Jones, que quebraram barreiras do que significa ser empoderada e aproveitar uma sensualidade única e incorporada. Ela agradeceu à Calvin Klein por ter lhe dado um espaço para se expressar do jeito que ela queria, e disse que não iria mudar a sua narrativa.

A polêmica do anúncio da Calvin Klein com FKA Twigs levantou questões sobre os limites da publicidade, da sexualidade e da representatividade na mídia. Enquanto alguns viram a imagem como uma forma de exploração e objetificação do corpo feminino, outros viram como uma forma de empoderamento e liberdade de expressão. A cantora, que já enfrentou racismo e abuso em sua vida pessoal e profissional, mostrou que não se deixou abalar pela censura, e que continua a defender a sua arte e a sua verdade.

Liu Oliveira

Uma pessoa que literalmente gosta de tudo um pouco.Sempre atenta as tendências do momento e a moda retrô. Amo conhecer lugares novos, novas pessoas e comidas. Filmes de terror e suspense são meus favoritos.

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